Poesias

FUNGOS DEPOIS DA CHUVA

Entre mim
e a sombra de mim
a parir absurdos,
os sonhos incontáveis
de asas, libidos,
eu latejo por ti
e escondo meu rosto
absoluto e escuro
em tuas vulvas:
ah, parece vida,
parece febre,
parece morte.
Mastigado em horizontal
pelas bocas do tempo,
sou os desejos de ti.
Entre vísceras e alma
de extremada unção
sou o defunto de mim
e cresço como fungos
depois da chuva.

Paulo Roberto do Carmo
07/12/2016

 

 

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